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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 85-86 (December 2018)
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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 85-86 (December 2018)
EP‐101
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MICROCEFALIA TARDIA ASSOCIADA AO VÍRUS ZIKA: UM RELATO DE CASO
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Marcos Antonio Coutinho C. Rodrigues, Anne Karoline Tomé Briglia, Cássia Iasmin Souza Nascimento, Charlote Aguiar B. Briglia, Gabriel H. Silva Moreira, Stephany Pina Cunha N. Mesquita
Universidade Federal de Roraima (UFRR), Boa Vista, RR, Brasil
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Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 9 ‐ Horário: 13:58‐14:03 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: O vírus zika (ZIKV) é um flavivírus neurotrópico transmitido pelo mosquito Aedes aegypti que se associou com um aumento de 20 vezes nos casos de microcefalia no Brasil, cujas principais manifestações são: alterações motoras e cognitivas variáveis de acordo com o grau de acometimento cerebral, déficits auditivos, intelectuais, visuais e transtornos no aparelho locomotor. Embora seja a principal causa de microcefalia na atualidade, é fundamental descartar outras causas frequentes como as demais infecções congênitas e as de origem genética.

Objetivo: Relatar o caso de paciente, Boa Vista, RR, com microcefalia tardia associada ao ZIKV e ratificar a importância do diagnóstico acurado e manejo eficaz.

Metodologia: Mãe apresentou doença exantemática aos três meses de gestação sugestiva de arbovirose. Durante pré‐natal, fez extensa investigação, com exceção para ZIKV, com resultado IgG (+) para herpes I e II; coxsakievírus; CMV e rubéola. RN, masculino, nascido a termo sem comorbidades com perímetro cefálico (PC) de 33,5cm. Evoluiu com atraso nos marcos do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), iniciou investigação aos cinco meses. Apresentou à RM de crânio desproporção craniofacial com predomínio da face e córtex com aspecto polimicrogírico em facelateral da hemiconvexidade cerebral frontoparietal direita. Fez avaliação neuropediátrica aos sete meses com evidente microcefalia (PC=41cm) associada a atraso do DNPM, sustentação cefálica parcial, hipertonia, dificuldade de coordenação, espasticidade e hiperreflexia global. A hipótese diagnóstica foi de microcefalia tardia ligada ao ZIKV, foi solicitada sorologia IgM e IgG para ZIKV, IgG (+) confirmou diagnóstico. Com um ano, a criança ainda mantinha alterações já relatadas e aos dois anos, além de atraso no DNPM, evoluiu com epilepsia.

Discussão/conclusão: Embora o PC tenha sido adequado à idade gestacional e ao peso de nascimento, apresentam‐se evidências claras de microcefalia tardia ligada ao zika neste caso com antecedente de doença exantemática na gestação, alterações neurológicas com microcefalia, IgG ainda positivo aos nove meses em criança nascida durante o surto da doença. Diante disso, destacamos a importância da prevenção e diagnóstico precoce pela história pré‐natal de quadros exantemáticos, independentemente da microcefalia ao nascer, e contínuo acompanhamento multidisciplinar de crianças pré‐expostas para avaliação do DNPM e estímulo precoce, a fim de diminuir sequelas motoras e cognitivas e melhorar a inserção social.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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