Journal Information
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Full text access
CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS DAS ENZIMAS CONVERSORAS DE ANGIOTENSINA (ECA E ECA2) COMO POTENCIAIS MARCADORES DE GRAVIDADE EM PACIENTES ACOMETIDOS POR COVID-19
Visits
289
Luiz Henrique Alves Costa
Corresponding author
luizalvesc@discente.ufg.br

Corresponding author.
, Lis Raquel Silva do Nascimento, Romes Bittencourt Nogueira de Sousa, Elisângela de Paula Silveira Lacerda, Denise da Silva Pinheiro, Gustavo Rodrigues Pedrino
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

More info
Introdução/Objetivo

O coronavírus SARS-CoV-2, causador da pandemia de COVID-19, infecta as células através da ligação com a Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2), presente na superfície celular. Essa interação resulta na regulação negativa da enzima, prejudicando a conversão da Angiotensina II, produzida pela enzima homóloga ECA, em Angiotensina 1-7. Tal processo leva ao acúmulo de Angiotensina II, causando efeitos prejudiciais no organismo e contribuindo para o agravamento da doença. Assim sendo, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a associação das concentrações plasmáticas das enzimas ECA e ECA2 com a gravidade da COVID-19.

Métodos

Um total de 109 amostras de sangue de pacientes infectados com diagnóstico confirmado de COVID-19 por RT-qPCR, foram coletadas em hospitais de campanha de Goiânia-GO entre 06/2020 a 01/2021. Os pacientes foram divididos nos grupos “Leve” (n = 55), e “Óbito” (n = 54), de acordo com a evolução da doença. Um grupo composto por 28 indivíduos não-infectados também foi incluído no estudo como controle. A determinação das concentrações plasmáticas de ECA e ECA2 (forma solúvel das enzimas) foi realizada pelo método ELISA (Enzyme-linked Immunosorbent Assay) usando kits comerciais disponíveis (Elabscience®).

Resultados

Não foi observada diferença significativa na concentração plasmática de ECA entre os grupos (p = 0,055), porém, em relação à ECA2, o Grupo Óbito (mediana 15,56; intervalo interquartil (IIQ), 11,27-21,4 µg/L) apresentou menores concentrações da enzima em comparação ao Grupo Leve (mediana 20,40; IIQ, 15,65-27,69 µg/L) (p = 0,005) e ao Grupo Controle (mediana 23,51; IIQ, 18,35-29,29 µg/L) (p = 0,009). A análise da razão ECA/ECA2 permitiu identificar um valor aumentado desse índice no Grupo Óbito (mediana 1,051; IIQ, 0,390-3,71) quando comparado ao Grupo Leve (mediana 0,455; IIQ, 0,196-1,12) (p = 0,008) e ao Grupo Controle (mediana 0,383; IIQ, 0,208-1,11) (p = 0,024).

Conclusão

Os resultados sugerem que a dosagem da concentração plasmática de ECA e ECA2 e a determinação da razão ECA/ECA2 podem prover um marcador útil na previsão de um curso grave da doença em pacientes com COVID-19, uma vez que a diminuição de ECA2 em associação com níveis mais elevados de ECA indica um mau prognóstico para o paciente. Estes achados são imprecedentes na literatura científica, dado que, até o momento, nenhum estudo havia investigado a associação da razão das concentrações plasmáticas de ECA e ECA2 em relação ao desfecho da COVID-19.

Palavras-chave:
Concentração plasmática ECA ECA2 COVID-19
Full text is only aviable in PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools