Journal Information
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 055
Full text access
DESCRIÇÃO DE VÍRUS PERTENCENTES A FAMÍLIA CORONAVIRIDAE EM MORCEGOS NO CERRADO CENTRAL-BRASILEIRO
Visits
2467
Juliana Santana de Curcioa, Marcelino Benvindo-Souzab, Daiany Sotero Foladorb, Livia do Carmo Silvaa, Igor Godinho Portisb, Marco Tulio A. Garcia-Zapataa, Carlos Eduardo Anunciaçãoa, Daniela de Melo e Silvab, Elisângela Paula Silveira Lacerdaa
a Unidade Sentinela, Centro de Referência em Medicina Internacional e de Viagem, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
b Laboratório de Mutagênese, Departamento de Genética, Instituto de Ciências Biológicas I, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S1
More info
Introdução

Em 2019 iniciou-se há pandemia da Covid-19, causada pelo Coronavírus (SARS-CoV-2) (Zhoe, P et al., 2020). SARS-Cov-2, pertence ao gênero Betacoronavirus e família Coronaviridae (Coronaviridae Study Group, 2020). A origem provável deste vírus ainda é desconhecida, porém amostras de morcegos apresentaram vírus com sequências similares a de SARS-Cov-2 (Zhou, P et al., 2020). Os morcegos estão entre os mamíferos mais abundantes, sabe-se que estes animais são hospedeiros de muitos vírus causadores de doença em humanos (Chan et al., 2013; Su et al., 2016; Corman et al., 2018). O objetivo do trabalho é investigar em populações de morcegos a presença de vírus da família Coronaviridae e correlacionar com o ambiente que estes animais estão colonizando.

Métodos

Morcegos de três estados brasileiros (Goiás, Minas Gerais e Tocantins), foram estudados. As coletas foram realizadas em áreas urbanas, mata nativa ou parques ecológicos, foram obtidas amostras de guano ou de orofaringe. As amostras foram submetidas a extração de RNA (Kit beads, Thermo), RT-qPCR (kit GoTaq®, Promega) oligonucleotídeos e sondas foram usados para identificação de Sars-Cov2 (N1, N2 e N3) e Bat-Sars-Cov (N3) (IDT). A reação foi realizada com o instrumento AriaMX (Agilent). O teste Z foi empregado para as análises estatísticas.

Resultados

Os resultados parciais do trabalho indicam que, 17,52% das amostras foram positivas e 82,47% negativas para os genes de Sars-Cov2 ou Sars-Cov-Bat. Os valores de amplificação foram elevados. No entanto, para a amostra Phyllostomus hastatus o valor do ciclo de amplificação foi de 24, 27 para o iniciador N3. Dentre as guildas ecológicas analisadas, o maior número de amostras foi obtido em morcegos frugívoros 79,29% dos animais. A maior proporção de morcegos frugívoros positivos foi Platyrrhinus lineatus (27,7%). Para morcegos hematófagos e onívoros, o percentual de casos positivos foi de 15% e 6,6% respectivamente. A maior proporção de casos positivos foi observada em morcegos nectarívoros, 75% das amostras. Não houve diferença na proporção de casos positivos para amostras de guano ou swab-orofaríngeo ou entre morcegos machos e fêmeas (valor Z -0,66).

Conclusão

De modo geral os dados indicam para a presença de vírus da família Coronaviridae entre morcegos, nectarívoros abrigam estes vírus em maior proporção e estes animais estão em áreas urbanas indicando a necessidade de realizar o monitoramento dos morcegos e das variantes de Sars-Covs circulantes.

Full text is only aviable in PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools