Journal Information
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 149
Full text access
DOENÇA DE WHIPPLE: RELATO DE CASO
Visits
1684
Andressa Noala, Frederico da Cunha Abbotta, Izabele Linhares Ferreira de Melo Cavalcantea, Igor de Souza Bernardottia, Pedro Moreno Fonsecaa, Adriana Neis Stamma, Dimas Alexandre Kliemannb
a Serviço de Infectologia, Hospital Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre, RS, Brasil
b Hospital Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre, RS, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S1
More info

Paciente A.H., masculino, 53 anos, depressão prévia, procurou atendimento médico por quadro de diarreia crônica, perda de peso e astenia há 3 meses. Foi submetido à investigação laboratorial, endoscopia digestiva alta (EDA) e colonoscopia, sem alterações. Realizada tomografia de abdômen que evidenciou: espessamento parietal difuso de alças duodenais e jejunais, áreas intercaladas de espessamento das haustrações dos cólons ascendente, transverso e descendente e incontáveis linfonodomegalias no mesentério e no retroperitôneo, algumas formando conglomerados. Nesse ínterim, paciente realizou tratamento antimicrobiano, suspeitando-se de gastroenterite, além de descartadas hipóteses de neoplasia, tuberculose e síndromes disabsortivas intestinais. Realizado biópsia linfonodal retroperitoneal cujo anatomopatológico pela coloração especial Ácido Periódico de Schiff (PAS) mostrou a presença de diminutos grânulos diastase-resistentes no citoplasma de macrófagos, compatível com bactérias da Doença de Whipple. Iniciado então terapia com Ceftriaxone 2 gramas por dia, por 14 dias, seguida por Sulfametoxazol-Trimetropim 800/160 mg, 2 vezes ao dia, por 12 meses. O paciente também realizou pesquisa para HLA27 sérico cujo resultado foi negativo e líquor sem celularidade. A doença de Whipple é causada pelo bacilo gram positivo Tropheryma whipplei. A incidência anual são de aproximadamente 30 casos. A clínica é caracterizada por artralgia, diarreia crônica e perda de peso. Geralmente o envolvimento cerebral é assintomático e apenas diagnosticado pela identificação do bacilo no liquor. Dois achados são patognomônicos da Doença: Miorritmia oculo-mastigatoria e Miorritmia esquelética óculo facial. Pacientes sintomáticos podem apresentar baixa a moderada pleocitose no líquor, com predomínio de linfócitos, monócitos ou macrófagos (alguns PAS positivos). Linfadenopatias mediastinais ou mesentéricas estão presentes em 50% dos casos. O diagnostico deve ser considerado após excluir-se outras doenças. A investigação inicia com EDA e biopsia do intestino delgado, a qual deve ser feita mesmo em pacientes sem lesões na mucosa. A amostra é caracterizada pelos macrófagos PAS positivos e atrofia vilosa. Cultura de outros sítios podem ser realizadas. O tratamento é realizado com Ceftriaxone 2 gramas por dia, por 2 semanas endovenoso, seguido por Sulfametoxazol-Trimetropim 800/160 mg 2 vezes por dia por 12 meses. A resposta clinica é bem marcada entre 7 a 21 dias após inicio da terapia.

Full text is only aviable in PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools