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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
ÁREA: HIV/AIDSAO 14
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DOENÇA PNEUMOCÓCICA INVASIVA EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
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Roxana Flores Mamani, Tiago de Assunção, Marcelo Ribeiro Alves, José Alfredo de Sousa Moreira, Maria Cristina da Silva Lourenço, Erica Aparecida dos Santos Ribeiro Silva, Beatriz Grinsztejn, Valdilea Veloso, Mário Sérgio Pereira, Sandra Wagner, Cristiane da Cruz Lamas
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

Doença pneumocócica invasiva (DPI) é definida como infecção confirmada por isolamento de Streptococcus pneumoniae em sítios estéreis. Em adultos, afeta idosos e grupos de risco, incluindo pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA).

Objetivos

Descrever os casos de DPI em PVHA atendidos em centro de referência no Rio de Janeiro, de 2005 a 2020; avaliar a incidência, aspectos clínico-laboratoriais e desfechos, e identificar variáveis associadas a DPI e a mortalidade.

Métodos

Estudo retrospectivo do tipo caso- controle. Casos de DPI foram identificados pela Bacteriologia e dados dos pacientes buscados em prontuário eletrônico. Controles foram PVHA de mesmo gênero e faixa etária, atendidos no mesmo semestre e cenário que os casos. Análise estatística foi realizada utilizando R versão 4.1.0.

Resultados

Foram identificados 55 episódios (casos) de DPI em 45 pacientes. Estes foram pareados com 110 controles, PVHA sem DPI. A incidência média de DPI foi de 1042 casos por 100.000 habitantes. Foram hospitalizados 84,4%, e 15,6% tratados ambulatorialmente. Cerca de 2/3 eram do sexo masculino, idade média foi de 42 anos. Focos de DPI foram pneumonia bacteriana (76,4%), bacteremia primária (20%) e meningite (3,6%). S.pneumoniae foi isolado em hemoculturas em 98,2% dos casos. Características associadas a DPI foram etilismo em 27,3% (p = 0,054), tabagismo em 45,5% (p = 0,09), uso de cocaína inalatória em 27,3% (p = 0,003). Dentre as comorbidades, apenas a cirrose hepática foi um fator associado a DPI, presente em 23,6% (p = 0,001). A frequência de uso de TARV nos casos foi de 89,1% e nos controles, de 74,5% (p = 0,048). A vacinação com Pn23 ocorreu em 21,8% dos casos e 19,1% nos controles. Resistência a penicilina ocorreu em 9,1% dos isolados. Dos 10 pacientes que evoluíram para óbito, 7 tinham cirrose hepática e o único hábito associado à morte foi etilismo. O nadir de CD4 foi mais baixo dentre os pacientes que evoluíram a óbito (89 cel/mm3 vs.184 cel/mm3 nos vivos, p = 0,058). Outras variáveis associadas a óbito foram: plaquetas, PCR e albumina sérica baixas, e bastonemia, ureia, creatinina, potassio, creatinofosfoquinase e TGO elevados; uso de aminas, ventilação mecânica, arritmia e insuficiência adrenal também foram associados a óbito.

Conclusão

A incidência de DPI em PVHA permaneceu alta apesar do uso frequente de TARV. A taxa de vacinação foi baixa. Etilismo e uso de cocaína foram associados a DPI. Baixas contagens de CD4 foram associadas a óbito.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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