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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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ENCEFALITE POR ENTEROVÍRUS EM UMA PACIENTE ADULTA IMUNOCOMPETENTE
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Amanda Echeverría-Guevara
Corresponding author
mandye001@hotmail.com

Corresponding author.A
, Marco Antônio Sales Dantas de Lima, Hugo Boechat Andrade, Saulo Cristian Lima de Souza, Cristiane da Cruz Lamas
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Mulher, 45 anos, previamente hígida, foi internada por quadro de confusão mental, agitação psicomotora e crises epilépticas iniciado 3 dias após receber vacina tríplice viral. Hipótese diagnóstica inicial foi de encefalite pós-vacinal, ácido valproico 1500 mg/dia foi introduzido para controle das crises. Devido a possibilidade de encefalite herpética, fez uso de aciclovir venoso. Durante a internação realizou ressonância magnética (RM) de crânio que evidenciou lesões hiperintensas em FLAIR nos centros semiovais e lobo temporal direito. Líquor com 01 célula (100% mono), glicose (78mg/dl), proteínas (38mg/dl), teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) para HSV1, HSV2, VZV, EBV, CMV, HH6, HH8 e sarampo negativos; PCR para enterovírus (EV) detectável, confirmando diagnóstico de encefalite por EV. Após melhora do quadro neurológico e sem novos episódios de crises epilépticas, recebeu alta hospitalar para seguimento pela neurologia. Durante acompanhamento precisou da conciliação das doses das drogas anticrise (DAC) sendo o último esquema em uso composto por ácido valproico 1500mg/dia e fenitoína 300mg/dia. Após três anos de acompanhamento ambulatorial, foi diagnosticada com tuberculose ganglionar confirmada por GeneXpert MTB-RIF detectável, sensível à rifampicina em material de biópsia de linfonodo. Nova sorologia para HIV não reagente. Iniciou RHZE, foi realizada troca de fenitoína por levetiracetam por interação medicamentosa com isoniazida. Um mês após o início do RHZE, reinternou por novo quadro de crise epiléptica, após ampla investigação, excluído nova infecção e aventada hipótese de crise epiléptica secundaria a uso de isoniazida, não sendo necessário sua interrupção, apenas ajuste das DAC, para melhora do quadro. A incidência de encefalite em adultos varia de 0,7-12,6/100.000 habitantes, sendo maior em crianças menores de um ano. A encefalite viral é a causa mais comum de encefalite e as etiologias mais comuns em todo o mundo são: herpes vírus (HSV-1/HSV-2), arbovírus e enterovírus não poliomielite. Os enterovírus (EV) possuem mais de 70 sorotipos; o sorotipo EV-71 tem sido associado a uma taxa mais alta de encefalite. O diagnóstico é realizado por identificação do EV por PCR. A RM cerebral pode evidenciar lesões hiperintensas de T2WI e FLAIR no mesencéfalo, ponte e medula. Cerca de 20% dos pacientes recuperados apresentam sequelas neurológicas. A isoniazida raramente (0,01%) pode causar sintomas neurológicos como crises epilépticas.

Palavras-chave:
Encefalite Enterovirus Adulto Imunocompetente Isoniazida
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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