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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 133
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FUNÇÃO SEXUAL, SEXUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA SEXUAL EM MULHERES VIVENDO COM HIV
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Maria Castilho Prandini Hernandes de Andradea, Artur Ribeiro Canasiroa, Loic Monginet Toledoa, Marina Abellan Van Moorselb, Vivian Iida Avelino-Silvac, Edson Santos Ferreira Filhod, Theo Lernerd
a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
b Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
c Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
d Disciplina de Ginecologia, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução/Objetivos

A qualidade de vida sexual é um dos pilares da qualidade de vida. A sexualidade em mulheres vivendo com HIV (MVHIV) pode ser afetada pelo medo de infectar parceiros ou de adquirir outras infecções sexualmente transmissíveis, por sentimentos de culpa, raiva ou vergonha e por comorbidades. Esse estudo teve como objetivo avaliar e comparar a prevalência de disfunções sexuais em mulheres vivendo com HIV (MVHIV) e mulheres sem diagnóstico de HIV.

Método

Recrutamos mulheres com ou sem diagnóstico de infecção por HIV com idade ≥ 18 anos, atendidas em serviços ambulatoriais do Hospital das Clínicas da FMUSP. As participantes responderam a um questionário composto por variáveis sociodemográficas, clínicas e da qualidade de vida sexual, incluindo versão adaptada do Female Sexual Function Index (FSFI). O FSFI contém 19 questões referentes às atividades sexuais nas últimas 4 semanas, sumarizadas em um escore que varia de 2 a 36 pontos, com pontuação mais elevada correspondendo a melhor qualidade de vida sexual.

Resultados

Foram incluídas 53 MVHIV com idade mediana de 49 anos e 86 mulheres sem diagnóstico de HIV com idade mediana de 41 anos (p < 0,001). Dentre as MVHIV, apenas 42% relataram ter tido relações sexuais no último mês, comparado com 71% entre mulheres sem HIV (p = 0,001). Não observamos diferenças estatisticamente significantes entre os grupos nas respostas à pergunta sobre satisfação sexual geral no último mês. Em relação ao FSFI, o escore mediano foi de 5,0 (intervalo interquartil [IIQ] 3,2-28,4) no grupo de MVHIV e 24,0 (IIQ 11,9-28,5) entre mulheres sem HIV (p = 0,015).

Conclusões

Observamos diferença estatisticamente significante no escore do FSFI de mulheres vivendo com e sem HIV, com menor pontuação entre MVHIV. É necessário refletir sobre as limitações do FSFI como ferramenta para avaliação da qualidade de vida sexual feminina. O questionário pontua 0 para 15 das 19 questões caso a participante não tenha tido relações sexuais no último mês. No nosso estudo, a porcentagem de MVHIV sem relações sexuais no último mês foi maior do que a porcentagem observada entre mulheres sem HIV, refletindo o escore mais baixo do FSFI. Alguns autores sugerem o não uso do FSFI para mulheres que não tiveram relação sexual no último mês. Paralelamente, a pergunta sobre satisfação sexual geral não demonstrou diferenças entre os dois grupos, reforçando o questionamento sobre a validade do FSFI para a avaliação da qualidade de vida sexual feminina.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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