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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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INVESTIGAÇÃO DE SURTO DE ELIZABETHKINGIA SPP. EM HOSPITAL TERCIÁRIO
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Nathalia Velasco, Christian Hofling, Eliane Psaltikidis, Elisa Mendes, Luis Bachur, Luis Cardoso, Renata Fagnani, Tiago Lima, Mariangela Resende
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
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Introdução

O gênero Elizabethkingia, composto de bactérias gram-negativas, aeróbicas, não fermentadoras e ambientais, contém três espécies relevantes na prática clínica: E. meningoseptica, E. miricola e E. anophelis. Há descrições das espécies como agente de infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) associado à ocorrência de surtos intra-hospitalares, em sua maioria tendo como fonte o sistema de água.

Objetivo

O presente trabalho tem o objetivo descrever a investigação e o manejo de surto destas espécies ocorrido em hospital terciário de alta complexidade.

Método

Estudo descritivo que relata a investigação de um surto hospitalar de colonização e/ou infecção por Elizabethkingia miricola e Elizabethkingia anophelis.

Resultados

Em abril de 2021 foi notado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar aumento da incidência de pneumonias associadas à ventilação mecânica e de bacteremia por E. miricola e E. anophelis. Foi solicitado à Microbiologia os resultados positivos para Elizabethkingia spp de janeiro/2020 a abril/2021. Nesta constatou-se que, de janeiro a maio de 2020, não houve detecção da bactéria, porém, de junho de 2020 a julho de 2021, foram recuperados 32 espécimes clínicos de 31 pacientes, sendo 5 de hemocultura e 27 de secreção respiratória. Em 22 isolados foi detectada Elizabethkingia miricola e em 10 Elizabethkingia anophelis. O estudo dos casos demonstrou que eram pacientes críticos, em ventilação mecânica invasiva (96,77%), com diagnóstico de PAV (51,6%) e alta letalidade (64,1%). Dentre os motivos de internação estão COVID-19, transplante hepático, e trauma. Na investigação foi aventada a possibilidade de colonização/infecção ocorrer pelo sistema de limpeza e manejo do circuito de ventilação. Amostras de materiais utilizados no procedimento e nos cuidados dos pacientes tiveram culturas negativas, porém houve crescimento de E. miricola e E. anophelis nas amostras de água e de esfregaço de torneira dos setores nos quais os pacientes estavam internados. Foram então implementadas medidas de controle, que envolviam, dentre outras, não utilizar água de torneira para nenhum procedimento que envolvesse trato respiratório, em paciente intubado ou traqueostomizado. Com a implementação das medidas não houve, de agosto a novembro de 2021, novos casos de materiais clínicos positivos para Elizabethkingia spp.

Conclusão

O aparecimento frequente de E, miricola e E. anophelis, assim como também de E. meningoseptica, deve suscitar a hipótese de surto intra-hospitalar e a busca por fonte comum.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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