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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 234
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MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS EM PACIENTE COM DENGUE: UM RELATO DE CASO
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Isabela Lazaroto Swarowskya, Henrique Penha Gomesa, Gustavo Lazaroto Swarowskyb, Felipe Steffens Martinsa, Dóris Medianeira Lazzarottoa
a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil
b Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

A dengue é considerada a doença viral transmitida por mosquitos mais prevalente e de disseminação rápida entre os seres humanos. Geralmente se manifesta de forma abrupta com febre, cefaleia, mialgias e artralgias, podendo também apresentar sintomas respiratórios e gastrointestinais como vômitos, náuseas, diarreia e dor abdominal, mimetizando - em alguns casos - colicistite aguda alitiásica. Este trabalho objetiva destacar a importância de um diagnóstico preciso de pacientes com manifestações gastrointestinais em áreas endêmicas da dengue.

Descrição do caso

Paciente feminina, 32 anos, compareceu ao serviço de emergência relatando febre, náuseas, vômitos e dor no abdome superior há um dia. Referiu ter realizado Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica por coledocolitíase e colecistectomia videolaparoscópica em 2020. Ao exame físico, observou-se pele corada, levemente desidratada, anictérica e febril (37.9 °C); e dor a palpação do abdome superior, sobretudo no hipocôndrio direito. Nos exames laboratoriais, hemograma e bilirrubinas estavam normais e aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, gama glutamil transferase e fosfatase alcalina com valores elevados. Diante disso, solicitou-se tomografia computadorizada abdominal, que evidenciou colédoco de 1,5 mm, não sendo visualizados cálculos em via biliar. Assim, com a hipótese diagnóstica de colangite, iniciou-se antibioticoterapia e solicitou-se colangiorresonância para melhor avaliação das vias biliares e da presença ou não de cálculo de colédoco. O resultado da colangiorressonância foi normal. Tendo em vista que ela veio de uma cidade com vários casos de dengue, solicitou-se o exame de dengue NS1, cujo resultado foi positivo. Para o diagnóstico diferencial, solicitou-se exames para Covid-19 e leptospirose, os quais resultaram negativos. A paciente melhorou seu quadro clínico gradativamente, aliviando sua sintomatologia, tendo alta hospitalar com boas condições clínicas.

Comentários

As manifestações gastrointestinais em pacientes com dengue e alterações laboratoriais podem nos levar subestimar patologias com gravidade considerável como por exemplo a colangite, como também pode nos levar a um “over diagnóstico” de patologias correlacionadas com histórico e exame físico do paciente. O correto direcionamento, assim como uma avaliação clínica epidemiológica cuidadosa e acompanhamento integral do paciente, constituem fatores de grande relevância em situações como a do caso relatado.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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