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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 159
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MIÍASE AURAL COM DESTRUIÇÃO DA ORELHA EXTERNA - RELATO DE CASO
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Tiago Galan de Françaa, Juliana Rodrigues Martinsb, Felipe Aguiar dos Santosb, Emanuely Magno da Silvac, Tiago Galan de Françaa
a Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Belém, PA, Brasil
b Hospital de Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti (HPSM), Belém, PA, Brasil
c Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Miíase pode ser definida como uma infestação de tecidos vivos por larvas de várias espécies de moscas da ordem Diptera. A distribuição da miíase humana é mundial, com mais espécies e maior prevalência em regiões socioeconômicas pobres de países tropicais e subtropicais. Paciente de 35 anos, masculino, solteiro, com histórico de déficit cognitivo, deu entrada em serviço de emergência de um hospital municipal público de Belém-PA, por apresentar “ferida em ouvido”, com início há 14 dias. Durante a avaliação clínica, percebeu-se que paciente apresentava lesão fétida em pavilhão auricular externo direito com secreção purulenta e grande quantidade de larvas, característica de miíase. Além disso, havia tecido necrótico ao redor e edema de hemiface ipsilateral. O exame hematológico, do mesmo dia da admissão, mostrava leucocitose (27.400/mm3) e plaquetose (451.000/mm3). Foi estabelecido, na ocasião, a internação do paciente e início da antibioticoterapia com Ceftriaxone e Metronidazol endovenosos, além de Ivermectina oral, retirada manual das larvas e curativo diário da lesão. Paciente manteve-se estável clínica e hemodinamicamente, com redução importante do número de leucócitos (6.200/mm3) e plaquetas (402.000/mm3) após três semanas do início do tratamento medicamentoso e cuidados hospitalares. Foi submetido ao procedimento cirúrgico de enxerto periauricular à direita. Apresentou posteriormente, boa evolução, com alta hospitalar cinco dias após a cirurgia plástica, para acompanhamento ambulatorial de lesão. Casos de miíase aural são raros em adultos, porém aqueles com fatores de risco, como a deficiência intelectual que requerem cuidados, tornam-se vulneráveis. Quanto mais cedo diagnosticada e tratada, a repercussão estrutural pode ser menor. Neste relato, a demora na procura por serviço médico levou a um grande comprometimento estrutural da orelha externa do indivíduo, necessitando de cuidados que incluíram a antibioticoterapia sistêmica e abordagem da cirúrgica plástica para reparo das lesões.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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