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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 032
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REAÇÃO CUTÂNEA AO ANTIMONIATO DE MEGLUMINA: RELATO DE UM CASO
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Rhélrison Bragança Carneiroa, Angélica Santos Moraesa, Nathália Vitorino Araújoa, Isabely Pereira Sanchesa, Arthur Mendes Valentima, Sandra Mara Kischener Lobatob
a Centro Universitário UNIFACIMED, Cacoal, RO, Brasil
b Unidade Básica de Saúde Madre Teresa de Calcutá, Pimenta Bueno, RO, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma antropozoonose de evolução crônica, não contagiosa, que atinge pele e mucosas. Os sais de antimônio, por via endovenosa, constituem o tratamento de primeira linha para a doença. No Brasil, o antimoniato de meglumina (AM) é o medicamento de escolha disponível na rede pública.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, trinta e sete anos, obeso, comparece ao ambulatório especializado com exame parasitológico direto positivo para LT. Ao exame físico apresenta úlcera em perna direita, medindo 5x5 centímetros, com bordas infiltradas, fundo recoberto por material necrótico e presença sinais flogísticos, sugerindo infecção bacteriana secundária. Foi prescrito 15 ml AM endovenoso por vinte dias para LT, cefalexina 500 mg três vezes ao dia por sete dias para a infecção secundária e óleo de girassol para auxiliar na cicatrização da lesão. Ao realizar a quarta aplicação endovenosa de AM o paciente evoluiu abruptamente com urticária, eritema em alvo ao redor da lesão e edema depressível unilateral no membro inferior acometido pela doença. O tratamento foi suspenso por dois dias consecutivos, sendo retomado com pausas aos finais de semana. A reação foi resolvendo-se gradualmente e o esquema foi concluído com 20 doses de AM. O paciente segue em acompanhamento para alta por cura.

Comentários

O AM é o tratamento de primeira linha para LT, os efeitos adversos mais comuns são artralgia, mialgia, cefaleia, taquicardia, edema e prurido. Reações localizadas de forma cutânea, apesar de descritas, são raras na prática médica e correspondem a menos de 2% das reações dermatológicas à droga. A etiopatogenia da urticária está relacionada à liberação de substâncias vasoativas de granulócitos causando edema intradérmico por vasodilatação capilar e venosa. O eritema em alvo, por sua vez, está ligada a citólise mediada por células T CD8+. Acredita-se que a reação apresentada pelo paciente decorre da exposição de antígenos parasitários após a clivagem inicial mediada pelo AM que, em condições imunológicas propícias, resultou nos achados clínicos observados. Reações como as apresentadas são incomuns na prática clínica, dessa forma, a conduta necessita ser direcionada de acordo com a evolução, a forma reacional e as peculiaridades de cada indivíduo.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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