O abscesso de íliopsoas (AIP) é uma condição rara cuja incidência é desconhecida no Brasil, estima-se 0.4 casos/ano a cada 100.000 pessoas no Reino Unido. Homens são mais acometidos numa proporção de 1,62:1 em relação as mulheres e a idade média de apresentação é de 52 anos. O AIP pode ser primário quando originado por disseminação hematogênica, sendo o Staphylococcus aureus o principal agente, ou secundário que é o mais comum, causado por disseminação local de processos infecciosos intra-abdominais. Paciente masculino, 46 anos, negro, motorista, hígido, admitido em pronto socorro com relato de dor refratária em membro inferior direito de maior intensidade em região inguinal e face interna da coxa, com limitação funcional do quadril direito. Referia piora da dor à deambulação e melhora em decúbito dorsal com flexão da coxa sobre o quadril a 90º. Durante a internação alegou tratamento prévio há 60 dias para prostatite aguda. Ao exame físico admissional apresentava-se em posição antálgica no leito com rotação externa e flexão da coxa sobre o quadril direito a 90º. Os exames laboratoriais evidenciaram leucocitose com desvio a esquerda, trombocitose e elevação de ureia. Inicialmente, foi solicitada ultrassonografia de abdome total e, posteriormente, tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve que confirmou o diagnóstico de AIP. O tratamento instituído foi drenagem percutânea do abscesso retroperitoneal, seguido de implantação de dreno e antibioticoterapia, que resultou em significativa diminuição/resolução do abscesso. O AIP é uma doença infecciosa, de início insidioso que resulta em diagnóstico tardio e aumento da morbimortalidade. A clínica inclui uma tríade típica de febre, dor nas costas e claudicação, presente em 30% dos casos. O AIP primário representa aproximadamente 30% de todos os casos e possui correlação com a imunossupressão, já o secundário têm como causa mais comum a doença de Crohn. O caso descrito trata-se, de um abscesso secundário possivelmente relacionado a um evento prévio de prostatite aguda. A TC é considerada o padrão ouro, podendo ser realizada para o diagnóstico definitivo e também para orientar as drenagens. Preconiza-se para o tratamento o uso de antibióticos e a drenagem do abscesso. A recidiva ou persistência dos abscessos variam de 14% a 29% e podem estar relacionados a drenagem inadequada. A cura é considerada quando ocorre melhora clínica e radiológica sem evidência de recidiva em 2 anos ou mais.
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