Journal Information
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
OR‐08
Full text access
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS ÓBITOS RELACIONADOS À INFECÇÃO PELO VÍRUS DA DENGUE NO ESTADO DE SÃO PAULO, ENCAMINHADOS PARA DIAGNÓSTICO NO CENTRO DE PATOLOGIA DO INSTITUTO ADOLFO LUTZ ENTRE 2009 E 2018
Visits
2051
Davi Salas Gomez, Camila Santos da Silva Ferreira, Ligia Cândido Oliveira Louzado, Lidia Midori Kimura, Cinthya Santos Cirqueira, Cristina Kanamura, Hyndirah Rodrigues Sodré, Lewis Fletcher Buss, Leonardo José Tadeu de Araújo
Instituto Adolfo Lutz (IAL), São Paulo, SP, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

More info
Full Text

Ag. Financiadora: Secretaria da Saúde

Sessão: TEMAS LIVRES | Data: 01/12/2020 ‐ Sala: 2 ‐ Horário: 18:45‐18:55

Introdução: A dengue é uma arbovirose causada por um vírus (Família Flaviviridae, gênero Flavivirus) que possui quatro sorotipos circulantes (DENV‐1 a DENV‐4). É uma doença reemergente febril aguda, que se tornou um importante problema de saúde pública no Brasil, assim como em outras regiões tropicais.

Objetivo: Realizar uma análise descritiva dos casos de óbito relacionados à infecção pelo vírus da dengue encaminhados ao Centro de Patologia para diagnóstico.

Metodologia: Este foi um estudo transversal retrospectivo que incluiu óbitos, entre 2009 e 2018, cuja hipótese diagnóstica incluía dengue. Foram acessados os dados demográficos e os resultados de imuno‐histoquímica (IHQ) em tecido fixado em formalina e incluído em parafina (FFIP) e PCR em tecido congelado. Todos os procedimentos foram aprovados pelo comitê de ética institucional (CAAEE 96138818.0.0000.0059).

Resultados: Dos 1062 óbitos recebidos, em apenas 134 (13%) houve a detecção do vírus da dengue, por método antigênico (n=67; 50%), molecular (n=32; 24%) ou ambos (n=35; 26%). O sorotipo mais frequente foi o D1 (n=53; 79%). A maioria era do sexo feminino (n=73; 54%), entre 18 e 49 anos (n=67; 50%). Os municípios com maior número de óbitos positivos foram São José do Rio Preto (n=23; 14%), Ribeirão Preto (n=16; 10%) e São Paulo (n=13; 8%).

Discussão/Conclusão: Entre 2003 e 2019, o coeficiente de mortalidade do estado de São Paulo era 2,34 e nossos dados mostraram uma frequência representativa de detecção post‐mortem da infecção pelo vírus, demonstrando a importância do IAL na vigilância laboratorial desta arbovirose. No entanto, a baixa relação entre óbitos positivos/prováveis se destacou. A dengue possui um espectro sindrômico de sintomas que podem estar presentes em doenças infecciosas respiratórias e/ou ictero‐febril, levando a uma sub/supernotificação. Além disso, quando o tecido FFIP é o único disponível, o diagnóstico definitivo depende exclusivamente da detecção de antígeno viral por IHQ, visto que as lesões histopatológicas desta arbovirose não são patognomônicas. Entretanto, o método é limitado, com imunomarcação fraca ou ausente, de difícil interpretação. Os municípios com os maiores números de casos positivos estão localizados principalmente nas regiões noroeste e nordeste da capital, onde surtos sazonais foram observados em 2010 e 2015. Estas regiões necessitam de políticas públicas específicas principalmente para o desenvolvimento de metodologias mais sensíveis aplicadas ao material FFIP.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools