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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐386
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DOENÇA VISCEROTRÓPICA AGUDA (DAV) ASSOCIADA À VACINA DA FEBRE AMARELA (FA)
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Marli Sasaki, Jéssica Pietro Pupo, Gabriela Gonzalez Takuma, Durval Alex Gomes Costa, Augusto Yamaguti, Ana Flávia Forato Pereira, Amanda Fernandes Takenaka, Letícia V. Martinis Costa, Marcelo Miletto Mostardeiro, Marcela Gonsalez Menis
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A vacina da FA é considerada uma das vacinas de vírus vivo atenuado mais seguras em termos de eventos adversos disponíveis no mercado, mas pode eventualmente levar à DVA.

Objetivo: Relatar o caso de um paciente previamente hígido com quadro de DVA associada a vacinação para FA.

Metodologia: B.W.C, 40 anos, masculino, foi vacinado para FA em 16/12/17 e 3 dias depois evoluiu com febre, cefaléia e mialgia. Procurou atendimento externo e teve alta com medicações sintomáticas sem melhora, evoluindo também com náuseas e vômitos. Procurou PS HSPE no dia 25/12/2017 e foi internado para investigação. Negava comorbidades, uso de medicações de uso contínuo. Houve relato do irmão ter falecido após vacinação da FA. Foi admitido com taquipnéia, insuficiência respiratória. Evoluiu com hipotensão e necessidade de droga vasoativa/entubação. Ao exame físico: grave estado geral, ictérico, desidratado, pupilas anisocóricas e não fotorreagentes, cianose de extremidades, murmúrios vesiculares com crepitações, ausculta cardíaca sem alterações, abdome distendido. PA=103 x 51mmHg, PAM 68mmHg, FC=120 bpm. Exames: (Hb 12,1/Ht 36,3/leucócitos 34.700/mielócitos 1390/metamielócitos 2.780/bastonetes 11.800), plaquetopenia (38 mil), TP 19,8/INR 1,64/, creatinina=6,7, TGO 366/TGP 166, CPK=426) e BT 5,68/BI 1,34/BD, 4,34), PCR=20,66. RX de tórax: opacidades alveolares. Evoluiu com coagulação intravascular disseminada (CIVD) e disfunção múltipla de órgãos, sangramento nasal, oral; hipotensão arterial, acidose metabólica (pH 6,8/pCO2 59/pO2 50/BIC 9/lactato 16,4). Evoluiu a óbito às 18:30 do dia 25/12/2017 e encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) que evidenciou: RT‐PCR positiva para o vírus vacinal da FA; inoculação em células C6/36 no soro positivo; anticorpos IgM contra o vírus da FA no soro reagente e anticorpos IgM contra a dengue no soro não reagente. O exame histopatológico foi positivo para pesquisa imuno‐histoquímica do vírus da FA em células de Kupffer e células mesenquimais dofígado, baço, rim, pâncreas, coração e pulmão. A marcação imunohistoquímica do antígeno do vírus da FA no fígado e em outros órgãos não correspondia ao padrão habitual visto na doença causada pelo vírus selvagem, sugerindo a possibilidade de doença viscerotrópica pela vacina da FA.

Discussão/Conclusão: A DVA pós‐vacina da FA é um evento adverso raro que ocorre na primovacinação. Dada a gravidade e potencial morbi mortalidade da DVA, é prudente observar as indicações/contra indicações.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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