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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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ENDOCARDITE DE VALVA NATIVA POR CANDIDA ORTHOPSILOSIS DE DIFÍCIL TRATAMENTO – UM RELATO DE CASO
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Pedro Antônio Passos Amorimb,
Corresponding author
medicina.amorim@gmail.com

Corresponding author.
, Adriana Oliveira Guilardec, Lisia Gomes Martins de Moura Tomichc, Luiz Felipe Silveira Salesa, Duanny Lorena Bueno Machadob
a Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad, Goiânia, GO, Brasil
b Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
c Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A endocardite fúngica por espécies do complexo Candida parapsilosis representa cerca de 1% de todos os casos de Endocardite Infecciosa (EI). A EI fúngica em valva nativa é incomum, mas pode ocorrer na presença de fatores de risco como imunossupressão e portadores de dispositivos intravasculares. Apresentamos um caso grave de EI por Candida orthopsilosis, uma espécie pouco descrita neste cenário.

Relato

Uma paciente do sexo feminino, 18 anos, com história de doença renal crônica, estava há 1 ano em hemodiálise através de cateter tipo Shilley. Foi admitida em UTI com relato de que, há 3 semanas, apresentava calafrios e febre durante sessões de diálise e sinais de instabilidade hemodinâmica. O exame físico revelou sopro cardíaco, hepatoesplenomegalia e hiperemia em sítio do cateter. Paciente com trombose em outros possíveis sítios para punção venosa. O dispositivo foi removido e iniciada antibioticoterapia de amplo espectro. Nas primeiras 48h de internação laboratório identificou Candida orthopsilosis em amostras de hemoculturas, sendo então suspenso antibióticos e iniciada micafungina 150 mg ao dia guiado por teste de sensibilidade. Durante manejo inicial, ecocardiograma transtorácico evidenciou imagem ecodensa e móvel, em valva tricúspide, medindo 14 × 8 mm, sugestiva de vegetação. Além disso, havia sinais de embolização séptica em tomografias computadorizadas de tórax e abdome. Não apresentou endoftalmite. Permaneceu com quadro febril e hemoculturas persistentemente positivas após 1 semana de tratamento. Paciente foi submetida a troca da valva cardíaca, tratamento foi modificado para anfotericina e fluconazol. Mantido azótico por mais 6 semanas até negativação da hemocultura, finalizando 12 semanas de tratamento. A mesma cepa de Candida orthopsilosis foi isolada do material intraoperatório da valva afetada.

Conclusão

A EI fúngica por Candida, apesar de pouco relatada, tem tido um aumento na incidência dos casos. A Candida orthopsilosis apresenta sensibilidade aos azólicos, poliênicos e equinocandinas, mas em nosso caso foi necessário a terapia combinada por aumento da concentração inibitória mínima para micanfungina no decorrer do tratamento. Considerando a alta morbimortalidade destas infecções fúngicas, o diagnóstico precoce tem modificado positivamente o desfecho clínico. Acredita-se que o tratamento prolongado e o controle do foco infeccioso sejam a base para o manejo de sucesso da EI complicada como apresentado em nosso relato.

Palavras-chave:
Endocardite
fungos
Candida spp.
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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