Fusarium é um fungo amplamente distribuído no ambiente, pode causar infecções superficiais como onicomicose ou ceratite, até infecção fúngica invasiva como infecção pulmonar, osteoarticular ou disseminada. As formas invasivas da doença são quase exclusivamente em pacientes altamente imunossuprimidos. M.A.S, masculino, 45 anos, previamente hígido, sem histórico de exposição a tabagismo ou drogas, internou com quadro de pneumonia viral causada pelo vírus SARS-Cov2, necessitando de intubação orotraqueal, apresentou quadro de síndrome hemofagocítica secundário a infecção viral associado a hipogamaglobulinemia. Optado realizar pulsoterapia além de reposição de imunoglobulina. Evoluiu com piora do quadro de hipoxemia, febre, aumento de secreção pulmonar, sem resposta a antimicrobianos, associado então, pela primeira vez, o uso de antifúngico azólico (voriconazol) devido alta suspeição de aspergilose pulmonar associado ao COVID19 (CAPA). No décimo terceiro dia de uso de voriconazol, evoluiu com alterações de enzimas hepáticas, visto culturas, por ora negativas, optado pela suspensão do uso de voriconazol. Com três dias sem o uso do antifúngico, paciente apresentou novo quadro de febre, piora de parâmetros ventilatórios e laboratoriais associado a opacificação pulmonar em radiografia. Optado realizar lavado broncoalveolar. Na broncoscopia, diagnóstico de traqueobronquite mucopurulenta, enviado amostra de lavado broncoalveolar para cultura que apresentou crescimento de Fusarium spp. Optado, então, retorno do uso de voriconazol visto paciente ter apresentado piora clínica após suspensão do mesmo. Fez uso por 14 dias do antifúngico, cultura traqueal de controle negativa (clareamento microbiológico) associado a melhora clínica e laboratorial. Ao longo dos dias, evoluiu com sangramento intracraniano e morte encefálica. O envolvimento pulmonar pela doença é comum na forma invasiva, ocorre geralmente em paciente neutropênicos prolongados pós transplante de medula óssea ou em pacientes com uso crônico de altas doses de corticoides como aqueles com doença do enxerto contra o hospedeiro. Na revisão da literatura, até a presente data, encontramos apenas um caso relatado de fusariose pulmonar pós COVID19 (Clinical Microbiology and Infection 26 (2020): 1582-1584), sendo nosso caso, o segundo em relato.
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