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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
ÁREA: INFECTOLOGIA CLÍNICAOR‐01
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GOTA ESPESSA É UM MÉTODO EFICAZ DE TRIAGEM PARA MALÁRIA EM BANCOS DE SANGUE NAS ÁREAS ENDÊMICAS?
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Mariana Pinheiro Vasconcelos, Juan Camilo Sánchez‐Arcila, Laciana Peres, Paulo Sousa, Anderson Augusto Calvet, Marcelo Alvarenga, Marilza Maia Herzog, Maria de Fátima Ferreira da Cruz, Joseli Ferreira
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Sessão: TEMAS LIVRES | Data: 01/12/2020 ‐ Sala: 1 ‐ Horário: 18:15‐18:25

Introdução: Nas áreas endêmicas a malária assintomática, com baixa parasitemia pode ser uma possível forma de transmissão. A malária transfusional pode ser transmitida através de todos os componentes, os parasitos permanecem viáveis após semanas armazenados e podem sobreviver em sangue criopreservado. Um parasito/μL em um doador assintomático equivale a 400.000 parasitos em uma bolsa de 400 mililitros. Atualmente a única forma de rastreio de malária transfusional nas áreas endêmicas é a gota espessa (GE).

Objetivo: Com o objetivo de fornecer uma prevalência mais realista da malária em uma comunidade Yanomami semi‐nômade da Amazônia, pesquisamos as infecções microscópicas e submicroscópicas na comunidade de Marari.

Metodologia: Estudo realizado no Polo Base Marari, pertencente a tribo indígena Yanomami, com 430 amostras de sangue. Foram realizadas GE, vistas por 2 microscopístas experientes e PCR. Foram calculadas as áreas sob a curva de ROC (AUROC), sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) da GE em relação ao PCR (padrão ouro). Projeto aprovado pelo CONEP.

Resultados: Foram avaliadas 430 amostras, sendo 10 positivas na GE (2,3%) e 61 positivas ao PCR (14,2%). De acordo com a espécie, na GE, 7 eram P. vivax e 3 P. falciparum; no PCR, 28 eram P. vivax, 14 P. falciparum, 2 P. malariae, 13 P. vivax+P. falciparum, 2 P. vivax+P. malariae, 1 P. falciparum+P. malariae e 1 Plasmodium sp. A AUROC foi 0,582 (p=0,04), com intervalo de confiança 95% de 0,497‐0,667. Comparativamente ao PCR, a GE teve uma sensibilidade de 16%, especificidade de 100%, VPP de 100% e NPV de 88%, com acurácia de 10,8.

Discussão/Conclusão: Utilizando a técnica de PCR, mais sensível que a GE foi possível demonstrar que nesse grupo semi‐isolado cerca de 86% das infecções foram submicroscópicas, diagnosticadas apenas pela técnica de PCR. Em assintomáticos, mostramos uma AUROC de 0,582, com uma sensibilidade de 16% e uma acurácia de 10,8. Evidenciando uma baixa sensibilidade da GE em relação ao PCR como padrão ouro. Esses resultados são relevantes, pois os portadores assintomáticos permanecem sem tratamento e são fontes de infecção para os anofelinos, mantendo alta prevalência de malária nas aldeias Yanomami. Embora essas descobertas tenham destacado o diagnóstico molecular como mais apropriado para estimar a prevalência da malária em áreas endêmicas da Amazônia, a detecção de casos em bancos de sangue continua sendo um desafio.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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