Relatamos caso de paciente 24 anos, feminina, com diagnóstico de linfoma de Hodgkin (subtipo esclerose nodular, estádio IV-B) em 2016, tratada com protocolo ABVD (4 ciclos) e, adicionalmente, 4 ciclos de GDP e 1 ciclo de DHAP seguidos de TMO autólogo em 2018. Ainda em 2018 apresentou recaída do linfoma, optando-se por tratamentos paliativos (vinblastina + ciclofosfamida + gencitabina e radioterapia). Encaminhada ao serviço de Dermatologia em Abril/2020 para avaliação de extensa placa ulcerada em região glútea esquerda, discrômica, com centro de aspecto atrófico e com bordas descamativas, hipercrômicas e ausência de exsudato. Foi relatado início da lesão aproximadamente 30 dias antes da consulta, com surgimento de vesículas. que rapidamente confluíram e, em seguida, evoluíram para ulceração. Houve tentativa de tratamento tópico com sulfadiazina de prata, sem sucesso. Após exame dermatológico, foi colhido raspado da lesão para exame micológico direto e cultura para fungos. Optou-se por tratamento empírico para herpes simples crônico ulcerado em paciente imunocomprometida, empregando aciclovir e L-lisina em doses usuais. Paciente evoluiu com melhora clínica progressiva, até atingir cicatrização completa em 3 meses. Infecções causadas por vírus herpes simples (HSV 1 e 2) apresentam espectro clínico amplo, dependendo da competência imunológica do hospedeiro. Apresentam distribuição universal e iniciam-se tipicamente de forma aguda como vesículas agrupadas sobre base eritematosa. Possuem caráter recorrente, com tendência a recidiva local ou em área cutânea próxima, sendo mais frequentes nas regiões orolabial, genital e perianal. Formas clínicas atípicas devem ser reconhecidas em imunocomprometidos. Nestes casos, a infecção pode tornar-se crônica, extensa e progressiva, podendo apresentar-se, inclusive, sem o surgimento de vesículas e com duração superior a 4 semanas. Lesões verrucosas, vegetantes, necrosantes, ulceradas ou hiperceratósicas podem ser observadas. O diagnóstico, em geral, é clínico. Pode ser necessária investigação complementar com citologia (teste de Tzanck), cultura, sorologia e histopatologia. O tratamento é feito com antivirais como aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir, em doses usuais, por 1 a 2 semanas. Em vários casos é necessário tratamento mais prolongado, até cicatrização completa da lesão, seguido ou não de esquema profilático. Destacamos a importância de reconhecer formas atípicas de herpes simples no imunocomprometido.
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