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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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INCIDÊNCIA E EVOLUÇÃO DE LESÕES GRANULOMATOSAS APÓS IMUNOTERAPIA COM BACILO CALMETTE-GUÉRIN
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Luiza Arcas Gonçalves
Corresponding author
luiza.arcas@hc.fm.usp.br

Corresponding author.
, Pedro Henrique Siqueira Carvalho, Mauricio Dener Cordeiro, Karim Yaqub Ibrahim, Leopoldo Alves Ribeiro Filho, William Carlos Nahas, Edson Abdala, Maristela Pinheiro Freire
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

Imunoterapia intravesical com bacilo Calmette-Guérin (BCG) é uma estratégia consolidada no tratamento de neoplasias do trato urinário, e apesar de rara a BCG tem o potencial de causar doença sistêmica. A patogênese da doença relacionada ao BCG pode ser uma infecção ativa ou uma reação de hipersensibilidade, porém a incidência e o tratamento dessa intercorrência ainda são controversos. O objetivo desse estudo foi descrever as complicações infecciosas relacionadas a imunoterapia com BCG em uma coorte de pacientes oncológicos.

Métodos

Foram incluídos todos os pacientes que receberam BCG intravesical de janeiro de 2017 a dezembro de 2022. Foram avaliados todos os pacientes com exame anatomopatológico (AP) após o início da BCG. Os dados foram extraídos do prontuário eletrônico e relatório de microbiologia. Os desfechos foram lesão granulomatosa no AP e óbito no período de estudo. Foram avaliadas características do paciente e do tratamento. A análise estatística foi realizada por regressão logística e regressão de Cox.

Resultados

No período avaliado, 270 pacientes realizaram 2456 sessões de BCG, 231 (84%) tiveram AP após o início da BCG; 30% eram do sexo feminino e a mediana de idade foi de 66 (41-87) anos. A neoplasia mais frequente foi carcinoma urotelial, 94%, a mediana de sessões de BCG foi de 8 dias, e 73% usaram a dose de 40 mg de BCG. Vinte (9%) pacientes apresentaram AP com reação granulomatosa, 10 prostatites, 7 cistites, 1 infecção de testículo e 1 rim/psoas, apenas os dois últimos receberam tratamento anti-tuberculostático. Entre os com lesão granulomatosa, 14 realizaram imunohistoquímica, 2 foram positivos e apenas um recebeu tratamento. Os pacientes com lesão granulomatosa tiveram menos sessões de BCG que o resto da coorte (p = 0,04, OR 0,87 [0,76-0,98]). Trinta e sete pacientes (16%) evoluíram a óbito durante o período do estudo, 33 não apresentavam alteração no AP e 4 apresentavam lesões granulomatosas - com mortalidade de 15,6% e 20,0%, respectivamente. O único fator de risco para óbito foi quimioterapia posterior à BCG (p < 0,001), e o número de sessões de BCG foi um fator protetor (p 0,002).

Conclusão

O achado de lesão granulomatosa após imunoterapia com BCG é frequente, no entanto, o tratamento dessas lesões não se mostrou necessário na maioria dos casos.

Palavras-chave:
Imunoterapia BCG Oncologia Lesão granulomatosa
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