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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐420
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE MENINGITE EOSINOFILICA: RELATO DE CASO
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Ana Cleide Silva Souza, Jamile Souza Fernandes, Elba Miranda
Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD), Porto Velho, RO, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A meningite pode ser causada por agentes infecciosos como o parasita Angiostrongylus cantonensis e merece destaque por sua maior prevalência em causar meningites eosinofílicas.

Objetivo: Relatar um caso de meningite eosinofílica em um hospital infantil na região amazônica brasileira em 2020.

Metodologia: N.L.P.S, feminino, 2 anos 7 meses, natural de Rondônia, hígida e história de contato com caramujos e cães. Atendida com queixa de alteração no equilíbrio e dificuldade na marcha, associado a parestesias em ambos os membros inferiores e estrabismo. Ao exame, apresentava‐se com estrabismo convergente, pupilas isofotorreagentes, hiperreflexia em relação aos testes de reflexos profundos (aquileu e patelar), reflexo cutâneo plantar encontrava‐se em flexão plantar. Ressonância nuclear magnética de crânio normal e avaliação da oftalmologia que evidenciou paralisia do VI nervo craniano à esquerda. Leucograma com eosinofilia (4.808/mm3). Liquor: 1.200 células/mm3, com predomínio de eosinófilos (48%) e sorologias para Angiostrongylus negativo.

Resultados: Estabelecido o diagnóstico de meningite eosinofílica e considerando os dados epidemiológicos de exposição a caramujos e cães foi iniciado terapêutica com praziquantel e albendazol. Após tratamento com dexametasona por dez dias apresentou melhora progressiva, principalmente da marcha e melhora completa do quadro de estrabismo. Recebeu alta hospitalar deambulando e sem queixas, sendo orientado seguimento ambulatorial.

Discussão/Conclusão: As manifestações clínicas da angiostrongilíase ocorrem quando as larvas de A. cantonensis migram para os tecidos neurológicos ou oculares. Uma complicação rara é a angiostrongilíase ocular, que pode se apresentar com visão turva, diplopia ou estrabismo. A paralisia dos músculos extra‐oculares ou nervos faciais, mais comumente VII e VIII, desenvolve‐se em 4 a 9% dos pacientes. Parestesias com aéreas residuais de hiperestesias podem persistir por várias semanas mesmo após a resolução de outros sintomas. O diagnóstico não depende da identificação do agente causador. De modo geral, o diagnóstico de angiostrongilíase cerebral baseia‐se na apresentação clínica, na presença de eosinofilia no LCR e uma história epidemiológica de exposição a larvas infectantes de A. cantonensis. Este caso aponta para a importância dos dados epidemiológicos na composição do diagnóstico clínico e melhor direcionamento da terapêutica.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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