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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐423
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PARALISIA FLÁCIDA AGUDA EM CRIANÇA COM TOXOPLASMOSE CONGÊNITA EM REATIVAÇÃO SOROLÓGICA APÓS TRATAMENTO: RELATO DE CASO
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Camila Bicudo Mendonça, Bruno Silva de Paula, Carlos Eduardo Oliveira Passafaro, Letícia Thomaz Santiago, Myrla Paula Lanza, Cássia Barboza Pinheiro do Nascimento, Dilson Chamos de Arruda, Thalita Mara de Oliveira, Isabella Victorio, Raissa Hiroe Chiba
Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A Síndrome de Guillain‐Barré (SGB) é uma polineuropatia autoimune, desmielinizante e, geralmente, pós‐infecciosa. Apresenta‐se como uma paralisia flácida, ascendente e progressiva de membros inferiores. Além da clínica característica, expressa típica dissociação albumino‐citológica no líquor.

Objetivo: Relatar o caso de um paciente pediátrico com diagnóstico de toxoplasmose congênita e quadro agudo de paralisia flácida em membros inferiores associada à arreflexia.

Metodologia: R. T. S., 1 ano e 4 meses, com toxoplasmose congênita, nasceu a termo, parto cesáreo, Apgar 8/9, peso e perímetro cefálico adequados para idade gestacional. Na primeira semana de vida, foram identificados coriorretinite bilateral, colpocefalia e calcificações puntiformes em Tomografia de Crânio (TC). Criança progrediu com crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor adequados. Com 1 ano e 2 meses (13/08/20), sorologias para toxoplasmose foram não reagentes e tratamento suspenso. Um mês depois, constatou‐se IgG e IgM em titulações ascendentes. Já em 28/09/2020, recebeu a primeira dose de vacina oral contra poliomielite (VOP). A partir de 10/10/2020, apresentou regressão súbita da motricidade em membros inferiores de caráter ascendente, manifestando paralisia flácida assimétrica, mais pronunciada à esquerda, associado à arreflexia e diminuição do tônus em membros inferiores. Paciente foi internado após 4 dias do início do quadro agudo e em avaliação liquórica, evidenciou‐se dissociação proteico‐celular e culturas negativas, incluindo toxoplasmose. Nova TC mostrou padrão de imagem semelhante ao exame do período neonatal. Além disso, indicou‐se rastreio de outras infecções, sendo negativo para citomegalovírus, herpes, sífilis e COVID‐19. Pesquisou‐se presença de vírus da poliomielite nas fezes, porém, até o momento da submissão deste artigo, ainda não há resultado. Paciente recebeu 1,6g/kg de imunoglobulina ao longo de quatro dias e evoluiu com expressiva melhora do quadro motor, recebendo alta para seguimento ambulatorial.

Discussão/Conclusão: A elevação nos valores da IgG após a suspensão do tratamento para toxoplasmose congênita é comum na prática clínica. R. T. S. apresentou paralisia flácida após administração da VOP, o que levanta a hipótese de poliomielite pós‐vacinal na vigência da reativação sorológica da toxoplasmose. Tendo em vista a escassez de evidências que relacionam toxoplasmose à síndrome motora, bem como a significativa melhora do quadro após uso de imunoglobulina, a hipótese de SGB tornou‐se fortalecida.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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