A artrite séptica (AS) trata-se de toda infecção na cavidade articular, representando um importante desafio epidemiológico, com incidência de 2 a 10/100.000 habitantes por ano na população geral (1). Acomete frequentemente pacientes com menos de 15 anos e mais de 55 anos (2). Em geral resulta da disseminação hematogênica de um foco à distância, como infecções cutâneas (3). O patógeno mais encontrado é o Staphylococcus aureus (4). Mulher de 48 anos procurou atendimento médico após dorsalgia súbita de forte intensidade no rebordo costal à esquerda, próximo a loja renal. Uma Tomografia Computadorizada evidenciou uma lesão lítica na 10° costela esquerda no local da articulação costovertebral que provocava aumento dos planos moles adjacentes. Durante a internação hospitalar o quadro evoluiu com plegia dos membros inferiores. Uma Ressonância Magnética (RM) demonstrou uma coleção líquida na topografia da 10° articulação costovertebral à esquerda que se estendia para o canal raquiano fazendo compressão medular ao nível da 9° e 10° vértebra torácica. Com o diagnóstico clínico e radiológico de osteomielite e artrite séptica costovertebral, a paciente foi questionada a respeito de possíveis portas de entrada. Afirmou ter percebido um furúnculo nas costas um mês antes do início do quadro na topografia da lesão atual. Foi instituído tratamento farmacológico com Ceftriaxona e Oxacilina por via intravenosa. Houve melhora do quadro neurológico com retorno da motricidade dos membros inferiores. A deambulação ainda não era possível. 25 dias após o início da terapia antimicrobiana uma nova RM evidenciou importante redução da coleção líquida na articulação e do edema medular. Já com retorno da deambulação a paciente recebeu alta hospitalar após 31 dias de internação. Manteve tratamento farmacológico com Cefalexina e Ciprofloxacino e atualmente se encontra em remissão total dos sinais e sintomas. Salvo melhor juízo, este é o segundo relato de caso de AS da articulação costovertebral relacionado à 10° vértebra torácica. A mortalidade associada a esta doença é geralmente entre 5 e 20% e advém de bacteremia transitória ou crônica (5). O caso apresenta uma forma incomum de artrite séptica costovertebral determinando compressão do canal medular suficiente para provocar plegia dos membros inferiores. A regressão do edema através da terapia farmacológica foi de tamanho sucesso a tornar a cirurgia descompressiva desnecessária, com recuperação total da deambulação e sensibilidade.
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