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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐228
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REATIVAÇÃO DE LEISHMANIOSE VISCERAL (LV) EM PACIENTE IMUNODEPRIMIDO POR HIV: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
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Juvêncio José Duailibe Furtado, Leopoldo Tosi Trevelin, Gileyre Rinaldi Favato, Camila de Freitas Gobbi Carasso, Ana Cláudia Salomon Braga
Hospital Heliópolis, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: Leishmaniose Visceral (LV) é um problema de saúde pública mundial, e, com a emergência da pandemia de HIV/AIDS, houveram diversos casos de coinfecção LV/HIV reportados globalmente, inclusive no Brasil. Dessa forma, torna‐se imperativo diagnosticar e tratar precocemente LV em pacientes infectados com HIV, visto que tais pacientes apresentam pior resposta ao tratamento e aumento na taxa de letalidade por LV.

Objetivo: Relatar caso de paciente imunodeprimido por HIV com carga viral indetectável apresentando reativação de Leishmaniose Visceral (LV).

Metodologia: V.R.M.C., masculino, 52 anos, solteiro, arquiteto, natural de Alagoas e procedente de São Paulo, admitido na enfermaria de Infectologia para investigação de quadro diarréico. Referia ser portador de HIV‐1 há oito anos, em uso regular de TARV com carga viral para HIV indetectável e T CD4+=120 cél/μL. Relatava quadro de fraqueza, perda de peso e diarréia há 15 dias. Apresentava hepatoesplenomegalia indolor à palpação, pancitopenia e inversão da relação albumina/globulina. A pesquisa de anticorpos para leishmaniose foi reagente e o aspirado de medula óssea revelou diversos macrófagos parasitados por formas amastigotas de Leishmania spp. e incontáveis formas amastigotas de Leishmania spp. no meio extracelular, sendo confirmado o diagnóstico de reativação da doença em paciente imunodeprimido pelo HIV. Foi indicado tratamento com anfotericina B lipossomal, porém o paciente recusou o tratamento.

Discussão/Conclusão: Pessoas infectadas pelo HIV são particularmente suscetíveis à coinfecção LV/HIV uma vez que a diminuição da resposta imune pelo HIV, principalmente em pacientes com T CD4+ abaixo de 200 células/mm3 torna‐se um fator de risco para a reativação de LV. Além disso, a coinfecção LV/HIV pode apresentar‐se com desfechos desfavoráveis, como resposta ineficaz ao tratamento de LV e aumento nas taxas de mortalidade. A demonstração microscópica de amastigotas em amostras de linfonodos, baço ou medula óssea ainda é o método de diagnóstico com melhor sensibilidade e especificidade e o aspirado de medula óssea é o exame mais utilizado para tal. A anfotericina B é a droga de escolha naqueles que são coinfectados LV/HIV. Devido à alta letalidade (que pode chegar a 90% dos casos não tratados) e pior resposta ao tratamento em pacientes coinfectados LV/HIV, aumentar a suspeição clínica de LV nesses indivíduos é primordial para diagnóstico e tratamento mais precoces, de forma a evitar evolução para reativação ou até mesmo óbito.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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