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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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RELATO DE CASO: HISTOPLASMOSE DE ADRENAL MIMETIZANDO NEOPLASIA
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Talita Resende Leal Ferreira
Corresponding author
talita.resende@hotmail.com

Corresponding author.
, Wanderson Sant' Ana de Almeida, Valéria Paes Lima
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Brasília, DF, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A histoplasmose é uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico térmico Histoplasma capsulatum isolado a partir de solos contaminados e ricos em fezes de aves e morcegos. O fungo dimórfico térmico Histoplasma capsulatum var. capsulatum causa diferentes manifestações clínicas, dependendo do estado anatômico e imunológico do hospedeiro e do tamanho do inóculo fúngico. A exposição inicial é a inalatória sendo o acometimento pulmonar mais comum da doença. São relatados casos raros em pacientes imunocompetentes.

Caso

A. P, 60 anos, masculino, morador zona urbana de Unaí-MG, dono de bar, branco, hígido e sem imunossupressão, portador de enfisema pulmonar, procurou atendimento médico devido quadro de início há 2 anos de hiperpigmentação de pele, perda ponderal de 18 Kg associado à astenia e hiporexia com piora progressiva. Negou febre, tosse, linfonodomegalias. Durante a investigação apresentou anemia normocrômica e normocítica, em tomografia de abdome foi evidenciado glândulas adrenais com grandes lesões expansivas sólidas e realce heterogêneos bilateralmente medindo em seus maiores eixos à direita 7,6 × 5,0 cm e à esquerda 6,5 × 5,0 cm sugerido etiología neoplásica. Foi encaminhado para endocrinologista devido à suspeita de insuficiência adrenal secundária a provável etiologia tumoral de adrenais onde recebeu diagnóstico de Doença de Addison. Foi realizada biópsia de adrenais que evidenciou pelas colorações de PAS e Grocott estruturas fúngicas sugestivas de Histoplasmose spp. Paciente foi encaminhado para equipe da Infectologia do Hospital Universitário de Brasília onde iniciou acompanhamento e terapêutica. Foram realizadas tomografias de tórax sem achados de comprometimento fúngico. TC de crânio com lesão de provável acometimento por histoplasma porém sem confirmação etiológica. Realizou Anfotericina complexo lipídico por 14 dias e após modificado para itraconazol como manutenção com programação de 12 meses apresentando boa resposta clínica ainda em acompanhamento ambulatorial com vigilância das transaminases e da lesão cerebral.

Conclusão

Esse caso mostra que a histoplasmose pode apresentar de variadas formas em pacientes imunocompetentes. Infecção fúngica invasiva, embora não tão frequente, deve ser incluída no diagnóstico diferencial de massas adrenais uni ou bilaterais, que apresentam sintomas inespecíficos, sinais clínicos, características laboratoriais e radiológicas que podem se assemelhar a tumores adrenais.

Palavras-chave:
Histoplasmose
Antifúngicos
Itraconazol
Infecção fúngica
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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