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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐408
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RELATO DE CASO: TUBERCULOSE UROGENITAL EM PACIENTE INDÍGENA
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Rafael Darwich Coral Soares, Ennara Nascimento Borges, Antonio Alexandre Valente Meireles, Carolina Gomes Almeida, Caio Vinicius Santos Cerqueira, Sebastiana Tamyres Queiroz de Abreu, Dyone Karla Barbosa da Silva, Isabelly Montenegro Teixeira, Raiza Júlia Viana Rodrigues, Renan Mesquita Rodrigues Silva
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá, AP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A tuberculose testicular é uma entidade rara que ocorre em aproximadamente 3% dos casos de tuberculose genital. Os homens entre os 20 e os 50 anos são os mais frequentemente afetados e queixam‐se de dor ou aumento testicular. O diagnóstico possui dificuldades e, em geral, acontece tardiamente.

Objetivo: Apresentar caso de tuberculose testicular, patologia não tão frequente na literatura, em indígena.

Metodologia: A.A, 42 anos, natural de Almerin–PA, morador da aldeia Bona Tumucumaca, agricultor e coordenador pedagógico. História familiar de pai diabético; mãe, filha, esposa e pai com história de tuberculose (TB) pulmonar. Em 2016, fez teste de escarro para TB, com resultado negativo e tratamento para leishmaniose. Posteriormente, em um episódio de pesca, sentiu dor lombar com irradiação para o testículo intermitentemente, paciente fez uso de gel caseiro. Com a evolução, procurou unidade de saúde pelo edema testicular e inguinal esquerda, além de massa visível à inspeção que interferiam na deambulação. Iniciou anti‐inflamatório, e ampicilina injetável, sem melhora do quadro. Foi encaminhado pela CASAI ao urologista, realizou biópsia e cirurgia removedora de testículo. No pós‐operatório, apresentou melhora do quadro e voltou para a aldeia sem esperar o laudo da biópsia. Um mês depois, em janeiro de 2017, voltou a dor lombar e o edema inguinal com as mesmas características do quadro pré‐operatório. Retornou a CASAI, foi encaminhado a infectologia, e mediante o laudo da biopsia que atestou resultado de micropatologia nos nódulos para‐testiculares: processo inflamatório crônico granulomatoso, com grandes áreas de necrose de caseificação circundadas por granulomas do tipo tuberculoide. Com isso, foi iniciando o esquema RIP (Rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol), com duração de 6 meses. Durante o tratamento, paciente apresentou quadro de fraqueza, polidipsia, xerostomia e emagreceu 10kg em 3 meses. Com o tratamento, houve a resolução das lesões na região inguinal esquerda, paciente não apresentou mais dor na região lombar ou na região inguinal.

Discussão/Conclusão: Esse caso refere‐se a paciente concordante com a epidemiologia e clínica da doença e reafirma a dificuldade de diagnóstico descrita na literatura. Foi preconizado tratamento antibacilar com o esquema habitual; no entanto, em algumas situações, pode ser necessária intervenção cirúrgica.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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