Introdução: Um surto de infecção hospitalar é definido quando existe um aumento estatisticamente significativo de uma determinada infecção adquirida em um ambiente hospitalar.

Objetivo: Descrever surto por Pseudomonas aeruginosa em UTI destinada a pacientes com COVID‐19, bem como as medidas de controle estabelecidas para controle.

Metodologia: Estudo observacional descritivo no tipo série de casos.

Resultados: Em junho/2020 houve aumento no número de casos de isolamento de P. aeruginosa em culturas colhidas da UTI COVID. No total, sete pacientes tiveram isolamento desta bactéria em espécimes clínicas, sendo dois isolados em hemoculturas e cinco em secreção traqueal. Em cinco pacientes, foi caracterizada infecção hospitalar. Nos 6 meses anteriores a este ocorrido, havia sido documentada somente uma cultura positiva para P. aeruginosa, o que caracterizou um surto no mês em questão. Diante desta situação, foram revisados alguns processos e observadas falhas que foram imediatamente corrigidas: falhas no processo de limpeza concorrente e terminal na UTI COVID, cujo processo foi reorientado junto a empresa responsável; falhas no processo de paramentação e higienização das mãos, sendo o processo reorientado junto a coordenação médica e de enfermagem. Após estas medidas, no mês seguinte houve redução dos isolados de P. aeruginosa (5 no total), com somente uma infecção hospitalar por este agente.

Discussão/Conclusão: Infecções por P. aeruginosa são importantes em ambiente hospitalar, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Este patógeno está relacionado a infecções hospitalares, especialmente pneumonias associadas a ventilação mecânica (PAV) e infecções de corrente sanguínea (ICS), sendo relacionado a surtos em UTIs. Ainda, este agente apresenta capacidade de desenvolver resistência a diversos antimicrobianos de forma rápida, o que pode ser um problema que implica em dificuldade de manejo terapêutico e mortalidade dos pacientes. Para detecção do surto, foi fundamental a vigilância da equipe multidisciplinar da UTI em conjunto com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar através da busca ativa diária dos dados clínicos e epidemiológicos dos pacientes. A partir dessa investigação e consequentemente da detecção do surto, foram adotadas as medidas necessárias para controle do surto. Tais medidas foram eficazes e demonstram a importância dos processos de limpeza de ambientes e higienização das mãos para prevenção e controle de infecções hospitalares.