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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐010
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AUMENTO DA CAPACIDADE PARA O DIAGNÓSTICO MOLECULAR DA COVID‐19 NO BRASIL AO LONGO DE 100 DIAS DE EPIDEMIA
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Gabriel Berg de Almeida, Rejane Maria Tommasini Grott, Carlos M.C.B. Fortaleza, Claudia Pio Ferreira, Thomas Nogueira Vilche, Raul Borges Guimarãe, Micheli Pronunciate, Edmur Azevedo Puglies, Renato Mendes Coutinho, Rafael de Castro Catão
Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A detecção ampliada do SARS‐CoV‐2 com testagem universal em sintomáticos foi recomendada desde o início da epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa estratégia permite intervenção clínica precoce, impactando em diminuição de mortalidade, e também o isolamento adequado desses pacientes, quebrando o ciclo de transmissão. O diagnóstico oportuno tem sido considerado um dos maiores obstáculos para a vigilância epidemiológica em países de baixa a média renda, incluindo o Brasil.

Objetivo: Estudar o aumento da capacidade laboratorial para o diagnóstico molecular da COVID‐19 no Brasil e relacionar com a incidência de novos casos, ao longo das semanas epidemiológicas.

Metodologia: Avaliamos os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde (disponíveis em https://covid.saude.gov.br/) para a incidência semanal de casos confirmados por laboratório e o Diário Oficial da União para identificação novas certificações de laboratórios públicos para o diagnóstico molecular de SARS‐CoV‐2. A análise foi realizada até 4 de junho, quando a introdução do SARS‐CoV‐2 no país completou 100 dias. Tanto o número de laboratórios recém‐certificados quanto a incidência semanal de COVID‐19 confirmados em laboratório foram submetidos a uma regressão de Joinpoint, usando o software Joinpoint 4.8 (National Cancer Institute, Calverton, MD). Submetemos também todos os dados a uma análise multivariada de Poisson (Stata 14).

Resultados: O número de laboratórios certificados, ao longo dos 100 primeiros dias de epidemia, foi de 4 para 35 laboratórios. Treze, dos 35 laboratórios, estão localizados no estado de São Paulo. Na semana epidemiológica 23, a razão entre o número de laboratórios e densidade demográfica em cada região do Brasil era: 6:4,14 (Norte), 4:8,75 (Centro‐Oeste), 28:86,92 (Sudeste), 3:48,58 (Sul) e 7:34,15 (Nordeste). O aumento do número de laboratórios não é compatível com o aumento do número de casos.

Discussão/Conclusão: O aumento do número de casos de COVID‐19 não compatível com o aumento da incidência da COVID‐19 nas diferentes regiões do Brasil pode se dar pelo aumento da capacidade de testes em cada laboratório. Entretanto, o aumento do número de casos e o aumento do número de laboratórios não está associado a semana epidemiológica, sendo uma evidência de que o potencial de diagnóstico brasileiro não é compatível com a demanda por casos novos semanais. Nossos achados evidenciam a necessidade do Brasil certificar novos laboratórios e aumentar a capacidade de testagem ao longo da pandemia.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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