Journal Information
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 26-27 (December 2018)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 26-27 (December 2018)
OR‐50
Open Access
CASOS DE MUCORMICOSE DO HCFMUSP
Visits
6277
Ana Paula Inoue, Amaro Nunes Duarte‐Neto, Marcello M. Magri, Alice Tung Wan Song, Adriana Lopes Motta, Flavia Rossi, Silvia Figueiredo Costa, Edson Abdala, Ligia Camera Pierrotti, Viviane Favero Gimenes, Lumena Machado, Gil Benard, João Nobrega Almeida Jr.
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Data: 19/10/2018 ‐ Sala: 4 ‐ Horário: 16:20‐16:30 ‐ Forma de Apresentação: Apresentação oral

Introdução: A mucormicose é uma doença invasiva, rapidamente progressiva, caracterizada pela ocorrência de necrose tecidual e trombose resultantes da invasão da corrente sanguínea pelos fungos Mucorales.

Objetivo: Descrever os casos de mucormicose no Hospital das Clínicas da FMUSP diagnosticados de 1996 a 2017.

Metodologia: Foi feita análise retrospectiva dos casos cultura positiva para Mucorales (Divisão de Laboratório Central), ou com exame anatomopatológico (Laboratório de Patologia) sugestivo de mucormicose entre janeiro de 1996 e dezembro de 2017. Os casos foram classificados como possíveis, prováveis ou provados, de acordo com a classificação de infecções fúngicas invasivas da EORTC/MSG. Fatores de risco, apresentações clínicas, agentes identificados (micromorfologia e/ou sequenciamento da região ITS do DNA ribossomal), tratamento e desfecho após 90 dias do diagnóstico de casos prováveis e provados foram compilados e analisados.

Resultado: Foram classificados 28 casos como provados (n=24) ou prováveis (n=4) segundo a classificação EORTC/MSG. A idade dos pacientes variou de 6m‐82a, apenas cinco casos em mulheres (18%). Onze pacientes tinham diabetes mellitus (40%), sete doenças onco‐hematológicas (25%, cinco transplantados alogênicos de medula óssea), cinco transplantados de órgãos sólidos (rim=2, fígado=2, pulmões=1). Quanto ao sítio de infecção, o acometimento dos seios da face e/ou órbita e/ou cérebro aconteceu em 18 casos (64%), com três casos de infecção da pele e partes moles (n=11%), dois pulmonares (n=7%), dois gastrointestinais (n=7%), (n=7%), um de fungemia (n=4%), um disseminado (n=4%). Em 15 casos (55%) houve isolamento do fungo em cultura, Rhizopus sp foi o agente mais encontrado (n=10, três sequenciados, um R. arrhizus, dois R. microsporus), seguido por Mucor sp. (n=4, três sequenciados, trêsM. circinelloides) e Rhizomucor sp. (n=1). Antifúngicos foram usados por 22 (85%) dos 26 com dados de evolução e tratamento disponíveis. Fizeram uso de formulações de anfotericina B em monoterapia (n=15) ou terapia combinada com equinocandina (n=6) ou posaconazol (n=1). Mortalidade foi de 54%.

Discussão/conclusão: Esta é a maior casuística no país de casos de mucormicose. A identificação molecular mostrou que M. circinelloides e R. microsporus podem ser emergentes no país, apesar de R. arrhizus ser a espécie mais prevalente. Diabetes com mau controle glicêmico se constituiu o principal fator de risco nesta casuística. Elevada mortalidade é preocupante, apesar de tratamento adequado.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools