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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐430
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ESOFAGITE HERPÉTICA EM CRIANÇA IMUNOCOMPETENTE
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Lucas Corrêa Mendes, Letícia Rezende Leal Semião, Letícia Garcia Rabelo, Luiza Checon Moreira, Luciana Giarolla Matos
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A esofagite por vírus herpes simples (HSV) é mais comum em pacientes imunocomprometidos e rara em imunocompetentes. Em indivíduos saudáveis, pode resultar de infecção primária ou reativação viral, atingindo mais homens na proporção 3:1. São raros relatos de casos de esofagite herpética (HE) em saudáveis, especialmente crianças. Este relato aborda quadro de uma paciente infante com HE sem histórico de imunodeficiência.

Objetivo: Alertar médicos, através do caso clínico, sobre o possível diagnóstico de HE em crianças imunocompetentes, apesar da raridade.

Metodologia: J.A.F., 7 anos, sexo feminino, levada a atendimento por febre, dor abdominal, vômitos e odinofagia há 3 dias. Ultrassom abdominal prévio normal e uso de amoxicilina/clavulanato por 2 dias, sem melhora. Cerca de 10 dias antecedentes, apresentou aftas orais, tratadas com sintomáticos. Negou doenças crônicas, alergias e uso de medicações contínuas. Correção cirúrgica de comunicação interventricular aos 5 meses e amigdalectomia aos 3 anos. À admissão foi iniciado ceftriaxona e azitromicina, devido à persistência da febre, taquipneia, saturimetria limítrofe e dor abdominal. Tomografia de tórax e abdome revelou pneumonia mista com pequeno derrame pleural associado. Exames laboratoriais evidenciaram proteína C reativa elevada. Ficou afebriu após dois dias, mas a odinofagia e os vômitos pós‐alimentares persistiram, sendo prescrito omeprazol. A endoscopia digestiva alta (EDA) evidenciou esofagite infecciosa, sendo iniciado aciclovir e sulcrafato. As sorologias foram negativas para Coronavírus, Epstein‐barr vírus e Citomegalovírus, e positiva para HSV. A biópsia confirmou esofagite crônica extensamente ulcerada. J.A.F. evoluiu com melhora progressiva e recebeu alta, após 11 dias de internação, mantendo sulcrafato e omeprazol por 14 à 21 dias e aciclovir por 2 dias.

Discussão/Conclusão: Casos de HE caracterizam‐se por dor retroesternal, odinofagia e febre, quadro condizente com a clínica da paciente. Sua sorologia para HSV demonstrou infecção primária, e a EDA e a biópsia, exames padrão‐ouro, confirmaram o diagnóstico. Traumas, refluxo gastroesofágico e corpo estranho podem predispor a HE em indivíduos saudáveis. Nesses pacientes a evolução é tipicamente autolimitada, mas o tratamento com antivirais de maneira precoce pode acelerar a recuperação. Portanto, apesar da raridade, a HE deve ser pesquisada em pacientes imunocompetentes com quadro de febre, odinofagia, pirose, dor abdominal e/ou histórico de aftas.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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