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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐431
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ENTEROCOLITE NECROSANTE COMO MANIFESTAÇÃO DE INFECÇÃO POR CITOMEGALOVIRUS: RELATO DE CASO
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Ana F.M. Alcoforado, Edlana R.V.G. Lins, Mireile A. Genuíno, Patrícia L. Albernaz, Mirella A. Cunha
Hospital Infantil Varela Santiago, Natal, RN, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A infecção por citomegalovírus (CMV) é uma patologia comum causada por um vírus de DNA pertencente a família Herpesviridae, que pode ser transmitida de forma congênita, vertical ou adquirida. Apresenta uma extensa variabilidade clínica, podendo ser assintomática até se apresentar com sintomas graves com acometimento de múltiplos órgãos.

Objetivo: Relatar um caso de enterocolite necrosante como manifestação do trato gastrointestinal no lactente com CMV.

Metodologia: Paciente do sexo masculino, 55 dias de vida, admitido com quadro de febre e inapetência com 1 mês e 5 dias, que evoluiu com diarreia, distensão abdominal, inapetência e desidratação. Internado em vigência de choque séptico, evoluiu com vômitos e resíduo gástrico volumoso, apresentando acidose metabólica, pancitopenia, aumento de transaminases e distúrbio de coagulação, bem como hepatomegalia progressiva. TC de abdome evidenciou dilatação de intestino delgado, múltiplos níveis hidroaéreos e líquido livre em cavidade abdominal, sendo diagnosticada enterocolite necrosante grau IIb. Foi submetido a laparotomia exploradora com ileostomia. Após procedimento, manteve febre e plaquetopenia mesmo sob uso de antibioticoterapia de largo espectro. Coletadas sorologias para SARS‐CoV‐2, TORCH e arboviroses, obtendo resultados não reagentes. Após 10 dias, as sorologias foram repetidas, com IgM e IgG positivos para citomegalovírus, bem como PCR para CMV detectável. Iniciada terapia com ganciclovir com melhora clínica substancial, com completa recuperação da pancitopenia e normalização das alterações de enzimas hepáticas.

Discussão/Conclusão: A infecção pelo CMV está relacionada a doença grave na sua forma congênita e em pessoas com imunodeficiência. A infecção pós‐natal em imunocompetentes em é na maioria das vezes assintomática em neonatos e lactantes, ou está relacionada a sintomas inespecíficos condizentes com síndrome mononucleose‐like. O paciente em questão apresentou um quadro caracterizado como enterocolite necrotizante pós‐natal com perfuração, com PCR positivo para CMV em sangue e recuperação clínica e laboratorial após o início do tratamento, sendo esta uma apresentação clínica rara. Em casos de diarreia em lactentes sem causa conhecida e com evolução desfavorável, associada a achados como pancitopenia e aumento de enzimas hepáticas, a infecção por CMV pode ser considerada como hipótese diagnóstica, devendo ser investigada.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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