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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 55-56 (December 2018)
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11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 55-56 (December 2018)
EP‐042
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RESISTÊNCIA AO DOLUTEGRAVIR NA VIDA REAL
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Pablo Eliack L. de Holanda, Jurandir Carvalho Filho, Erico Arruda
Hospital São José de Doenças Infecciosas, Fortaleza, CE, Brasil
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Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 1 ‐ Horário: 13:37‐13:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: A terapia antirretroviral (TARV) modificou a perspectiva de vida das pessoas infectadas com HIV, tornou‐a uma doença crônica, com boa expectativa de vida. Desde fevereiro de 2017, os inibidores de integrase (INI) passaram a fazer parte da TARV inicial no Brasil, o dolutegravir (DTG), que tem alta potência além de maior barreira genética, é o medicamento preferencial.

Objetivo: Relatar um caso de resistência aos INI e discutir possibilidades de minimizar esse risco no cenário nacional.

Metodologia: Paciente, após breve exposição ao DTG, apresentou falha de tratamento com esquema de 2ITRN + ITRNN, em dose fixa combinada (TDF/3TC/EFV), com detecção de mutação (R263K) na integrase. LCA, 31 anos, masculino, natural de Camocim, CE, residente na cidade de Barroquinha, CE, HSH, com diagnóstico de infecção pelo HIV e neurotoxoplasmose, iniciou terapia com TDF/3TC/EFV, em fevereiro de 2017. No fim de junho de 2017, recebeu TDF/3TC/DTG, por engano, de que fez uso por apenas 30 dias, voltou a tomar TDF/3TC/EFV em agosto do mesmo ano. Os exames de CD4 e CV iniciais (fev/2017) eram, respectivamente, 86 cel/mm3 (5,53%) e 1.073 cópias/ml (Log10=3,03). Após 11 meses, foi repetida carga viral (86.045 cópias/ml; Log10=4,94). A genotipagem feita pelo centro de genomas do Ministério da Saúde através do sequenciamento genômico da transcriptase reversa (TR), protease e integrase do gene pol do HIV‐1, revelou as mutações K65R, K101E, Y181C, M184V, G190S na TR e R263K na integrase, mostrou algum grau de resistência ao DTG e resistência.

Discussão/conclusão: O caso ganha importância, uma vez que a emergência de mutações a esquema de 1ª linha com DTG não costuma ser observado. Por outro lado, apesar de raras, já houve evidências de que a mutação R263K, que causa leve impacto na sensibilidade ao DTG, pode ser transmitida. Ocorre que o esquema inicial (TDF/3TC/EFV) já poderia estar em falha quando o paciente, inadvertidamente, usou DTG, em possível “monoterapia funcional”, permitiu o surgimento de mutação de resistência a esse último. Necessário ter cuidado em trocas de esquema com ITRNN e mesmo IP‐r, em paciente em que não se tenha a certeza da supressão viral. Caso haja replicação comprovada, solicitar genotipagem para melhor guiar o ajuste da TARV.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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