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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐390
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RELATO DE CASO: PILEFLEBITE SECUNDÁRIO A DIVERTICULITE EM SIGMÓIDE
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Gabriela Pessoa Mota, Sérgio Gondim Souza, Laísa Diniz Teixeira, Eduarda Collier França, Marina Souto Brendel, Bárbara Mariana Silva, Matheus Henrique Menor, Guilherme Silva Alves, Lucas Vasco Aragão, Maria Laryssa Pontes
Hospital Getúlio Vargas, Recife, PE, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: Pileflebite ou trombose infecciosa do sistema venoso portal é uma doença grave que pode ser secundária a infecção abdominal de qualquer etiologia. As manifestações clínicas podem ser mínimas elevando a morbidade e mortalidade da doença. Antes dos antibióticos, a apendicite era a causa mais comum, hoje, é a diverticulite, porém a pileflebite continua sendo uma complicação rara. Nós relatamos um caso de um paciente com quadro de soluço persistente há 1 mês, que apresentou melhora após o diagnóstico de pileflebite secundário à diverticulite, quando se iniciou a terapia apropriada. Reportamos esse caso devido à atipia da apresentação clínica do nosso paciente, bem como a importância de enfatizar a pileflebite como diagnóstico diferencial de complicações de infecções abdominais.

Objetivo: Relatar um caso de pileflebite secundário à diverticulite em sigmóide destacando a apresentação clínica atípica.

Metodologia: Paciente, E.P.S, 66 anos, masculino. Admitido na enfermaria de Clínica Médica do Hospital Getúlio Vargas–PE, em novembro de 2019, com quadro de vômitos, diarreia, dor abdominal, febre e soluço há 1 mês. Foi medicado com sintomáticos e obteve melhora, porém, persistiu com soluços que atrapalhava as atividades diárias. Foi visto nos exames laboratoriais leucocitose e aumento da gama glutamil transferase mais de 6x o valor de referência. Ao exame físico, apresentava‐se em ótimo estado geral, com leve sensibilidade em fosse ilíaca esquerda, onde havia uma massa endurecida, levantando a hipótese de diverticulite, sendo confirmado com tomografia de abdome contrastada. Mas também foi evidenciado trombose de veia porta. Diante do diagnóstico de pileflebite secundário à diverticulite, foi iniciado Ceftriaxona e Metronidazol venosos por 4 semanas e apresentou melhora completa dos sintomas.

Discussão: A pileflebite descreve a trombose e a infecção como dois fenômenos fisiopatológicos diferentes. As manifestações são muitas vezes inespecíficas e requerem uma alta suspeita clínica para o diagnóstico. Não há estudos avaliando esquemas de antibióticos empíricos. Recomenda‐se que sejam colhidas hemoculturas, entretanto, nem sempre são positivas. O tópico mais controverso é sobre o uso de anticoagulação na pileflebite, sendo provavelmente desnecessária no paciente com função de coagulação normal e trombose isolada da veia porta, como foi o caso em estudo.

Conclusão: A pileflebite é uma complicação rara de infecções abdominais, mas é possível alterar a mortalidade com o diagnóstico e tratamento precoces.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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